quinta-feira, 29 de setembro de 2011

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Irmãs

Lucinha voltou de Portugal.
Isso me fez pensar em como são as relações lá de casa, entre nós, as três irmãs.
Inez e Lúcia sempre foram mais próximas.
Quando a Lucinha nasceu, eu tinha 7 anos e a Inez quase 6.
A Inez, que sempre adorou crianças, assumiu os cuidados com a pequena. Eu não me sentia confortável em cuidar da caçula quando bebê, tinha medo de deixar cair, de machucar.
Assim, a Inez foi como uma segunda mãe para ela.
Minha relação era igual com as duas, gostava de brincar, de fazer bagunça, de ensinar, de inventar, essas coisas de criança mesmo. Eu não fazia distinção pela idade. Mas lembro também que desde cedo eu já queria e achava que devia proteger minhas irmãs mais novas.
Papai morreu, e eu assumi essa triste posição de arrimo de família, como que alguém responsável pelas minhas irmãs, pela casa, algo que eu mesma me impus com a anuência de mamãe. O que aconteceu é que fui cobrada como modelo e provedora.
Algum tempo de terapia me fizeram ver que elas não precisavam que eu assumisse esse papel, não haveria substituto para o papel do pai protetor, provedor. Dei-me conta de que elas são capazes e só elas podem  alcançar seus objetivos, realizar seus sonhos, assumir as suas responsabilidades, e o que de melhor eu posso fazer por elas é dar amor e carinho e apoio quando for preciso.
Esse afastamento não foi proposital, eu não quis me distanciar delas, ou ser mais ou melhor, muitas vezes me sentia menos bonita, menos resolvida, menos forte, menos decidida, menos livre que elas.
Minhas irmãs são um orgulho para mim (meusorgui), lindas, inteligentes, competentes, antenadas, amorosas, fortes, duas mulheres maravilhosas.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Não fuja

Imagine a cena:
Nós no pronto-atendimento, Davi naquela animação de sempre, chamando as crianças da sala de espera para brincar: '- quer brincar amigo?', lendo jornal com o pai de um destes amigos.
Depois de esperar cerca de 40 minutos, entramos na sala e o médico examina e prescreve um antibiótico, diferente do anterior para uma sinusite mal curada.
Enquanto o médico vai buscar uma amostra grátis do medicamento avisa: 'Davi vou só buscar o remédio, não fuja não' e deixa a porta entreaberta.
Davi com o corpo todo para fora e apenas a pontinha do pé dentro da sala, quando vê o médico voltando corre para dentro rindo.
A vovó morreu de rir da arrumação. Eu disse: 'ói, ele voltou. você fugiu?'
Porque enfim, tudo que eles fazem de novo é lindo demais e nos enche de orgulho.

Contos completos

V. Wolf Contos Completos

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Que tal o acessório?

Neste dia pedi para o Eduardo tirar uma foto minha usando o macacão da grife da amiga Juliana (Loja JuXavier) para mandar para ela e para o Caio verem como ficou.
Davi vê e vem correndo, pula no meu colo para sair na foto também. Não tirei outra, mandei esta e brincando disse: "Olha a Neuda de macacão da JuXavier. Agora, aqui pra nós, acho que esse acessório a tira-colo é que fez a diferença. Lindo, não é mesmo?".
Eles riram e concordaram comigo.
Então fica a dica, se estiver ou quando vier a Fortaleza, vá a loja da Ju e saia feliz e mais bonita. O "acessório", porém, é exclusivo da mamãe aqui.
Em tempo, Neuda é como o Caio me chama, entre outros nomes semelhantes ao meu, mas nunca o correto.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Aproveitador

O passado bate à porta nas piores horas.
Volte outro dia, dia em que eu estiver mais forte, mais segura.
Mas ele se aproveita da brecha deixada pela fragilidade.
Não, eu não sei o que dizer a você, não sei o que fazer com sua lembrança. Volte quando eu souber.
Não pode vir outro dia, precisa de uma resposta agora.
Não tenho a resposta. Volte outro dia.
Até ontem estava tudo bem, porque então você só me procura hoje, quando não quero recebê-lo?