segunda-feira, 21 de março de 2011

Finalmente assaltados

Aconteceu assim.
Chegamos cedo à praia, por volta das oitos horas da manhã, deixamos a sacola e a chave do carro na barraca como de costume e fomos para a beira da praia.
A areia acumulada mostrava que a maré já tinha estado alta e havia baixado bastante, formando aquelas deliciosas piscinas que todos adoram.
Poucas famílias. Escolhemos uma poçinha e ficamos lá. Davi brincando na água e nós sentados brincando, conversando, lambendo a cria.
Um rapaz alto, de boa aparência, bermuda de surfista, passou umas duas vezes por nós olhando para mim e a impressão que tive é de queria perguntar alguma coisa, um turista talvez.
Minutos depois, o rapaz veio andando nas costas do Eduardo e mostrou uma faca.
Eu vi e não tive reação, quando quis dizer alguma coisa, ele já estava com a faca no Eduardo e quase cochichando:
- Passa as alianças, as alianças.
Um comparsa que estava às minhas costas, arrancou a corrente do meu pescoço.
- Abre a sacola.
Abri a bolsinha que continha o lanche e brinquedos do Davi, e a câmera fotográfica e o celular dentro de um saco plástico escuro.
- É o lanche do menino - assim o Eduardo os distraiu e evitou que investigassem melhor o conteúdo.
E foram-se com nossas alianças, compradas há quase vinte anos e meu cordão com pingente em forma de estrela que ganhei no primeiro dia das mães.
Sorte o Eduardo ter deixado em casa o escapulário que dei a ele de presente e que ainda nem começei a pagar.
Não foram violentos, um disse ao outro que não mexesse nas coisas da criança.
Ladrões respeitosos, ironia.
Logo em seguida ligamos para a polícia que não os localizou, mas se fez presente.
O louro já é conhecido do local.
- Anda agindo por aqui, disse o garçon da barraca.
Fiquei chateada, disse palavrão, mas ficamos por lá ainda, Davi estava se divertindo e pra lá eles não voltariam no mesmo dia.
Resta agradeçer por não termos sofrido violência física, por não terem reparado nos meus brincos, por não terem encontrado a câmera e o celular, e por terem deixado a medalha milagrosa de Nossa Senhora das Graças.
Praia agora, sem nenhum adereço, nem alianças.
É, o excesso de confiança me fez ignorar esses cuidados.
Primeiro assalto, e último, assim espero.

Um comentário:

mfc disse...

Que situação mais desagradável!!
Puxa!!
Imagino a vossa aflição!
Toma um beijinho.