sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Cipoal

A história de início me casou estranhamento.
- Que marmota é essa?
Uma família composta por um pai, um amigo do pai, e um par de gêmeos univitelinos cuja mãe, que morre no nascimento dos filhos, é uma incógnita envolta em segredo de perseguida política da ditadura militar.
O interesse exagerado de um pelos objetos deixados pela mãe, a necessidade do outro de estar sempre perto do irmão.
O pai que, com o nascimento dos filhos idênticos, fica obcecado pela questão dos duplos (Caim e Abel, Rômulo e Remo, Castor e Pólux).
E a cidade do Cairo, onde vai se encaixar?
Como tudo isso pode fazer sentido junto numa narrativa?
O título "Do fundo do poço se vê a lua" é decifrado apenas nas últimas páginas.
Fiquei triste. Com minha visão romântica da vida, esperava um final, surpreendetemente e inexplicavelmente, feliz para o personagem narrador.
Uma história cheia, bastante cheia, beirando o caos, que li ressabiada, assustada, curiosa, emocionada, necessariamente nesta ordem.
Das muitas críticas que li na tentativa de resumir melhor meu sentimento sobre este livro, uma frase eu copio aqui:
"E assim, um estranho suspense, entre o grotesco e o fascinante, nos leva velozmente até a última página." *
Por sorte, não procurei muitas resenhas antes de lê-lo, talvez algumas me tivessem feito desistir da compra, porque sim, sou bastante influenciável e moralista, e ainda assim, adorei a leitura.

Link do livro na editora Companhia das Letras.
Crítica de Daniel Benevides de onde tirei a frase acima em Crítica Bravo Online.

Um comentário:

mfc disse...

Mas infelizmente a vida também nos faz sorrir só algumas vezes!