quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Sem pressa

O sol de meio dia a pino, a cabeça latejando. Não devia estar com uma cara muito boa.
Ainda assim a senhora me parou quando eu andava em direção ao carro estacionado na rua próxima à empresa.
- Minha filha, porque quando a gente fica velha anda tão devagar?  Se eu estiver segurando o braço de alguém, como dessa menina que anda comigo, consigo acompanhar, mas sozinha...
- É mesmo? - ela está bem, porque minha mãe, muito mais nova, nem arrastada anda mais rápido.
- É, porque será?
E para que falar em velhice, doença?
- Mas também, pra que essa pressa toda não é mesmo? Vamos devagar, apreciando o dia. Gente nova é que só anda correndo, aperreada.
- É mesmo, e eu moro aqui pertinho. Bom dia, minha filha, Deus te acompanhe. Até mais.
- Amém. Até logo.

Nenhum comentário: