terça-feira, 27 de outubro de 2009

Valor das coisas

De dentro do meu carro novo, janelas abertas pra sentir o vento, bolsa - com celular, ipod, dinheiro, cartão - no chão, o som tocando as músicas preferidas.
Olho o cara maltrapilho, magro, com fome, com sede, alcoolizado, desiludido, sem nenhuma expectativa, a espera do dia seguinte, de uma esmola melhor, de outro copo de cana, de um canto de esquina para dormir.
E eu, cristã, me compadeço, mas sigo em frente.
Sigo em frente, possuindo, desejando, sonhando e pedindo proteção e saúde, rezando pra que não me seja tirado o direito de esperar, querer, possuir e sonhar.
Afinal, sem saúde, sem paz, quando enfrentamos doenças, a morte ou uma grande desilusão, nada do que possuímos, desejamos, sonhamos ser ou ter, nada disso tem valor.

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